domingo, 13 de fevereiro de 2011

Retrocesso educacional no Paraná de 2011

Filosofia da educação paranaense
O artigo do Professor Nilton César Bahls Gomes nos remete a duas questões fundamentais para compreender a crise instalada no Paraná com respeito à educação. A primeira delas, é a falta de exercício da cidadania por parte do professorado, que deveria ser o primeiro em ocupar as páginas dos jornais, as pautas da mídia, com reflexões sobre o cotidiano da escola. Estamos sob o signo de uma geração de professores que se recusa a falar, escrever, posicionar-se. Na maioria das vezes, se esconde atrás da luta de poucos, quando não, passivamente aceita a derrota. O problema levantado no comentário é antigo. Em segundo lugar, as esperanças do autor estão equivocadas, pois ele, estranhamente, entra no velho jogo do tal pai tal filho ou daqueles que acreditam que convicções são genéticas. O atual secrerário de Educação não tem vínculos históricos com a área, segue a décadas a orientação neoliberal e agora firmou subserviência a um projeto de sociedade onde a educação seguirá à deriva. Estamos diante do retorno do lernismo e por isso, desprendamo-nos de especulações proféticas, sabemos o final da música. O caos na educação é uma soma da carência de emprego, a esperteza burocrática dos governos e o mal caratismo profissional. Não se justifica que professores, aposentados, estejam tirando a oportunidade de trabalho de jovens educadores. Não é correto que pedagogos assumam disciplinas de Filosofia, Sociologia, História ou de outros conteúdos, substituindo e aniquilando a razão de existir de outras licenciaturas. Disciplinas ministradas por pessoas alheias ou sem notável conhecimento nelas empobrece a formação dos alunos e prejudica o respeito da sociedade por elas. Do outro lado, o professor precisa da decência em não fazer propaganda enganosa, não se permitindo lecionar aquilo que não lhe é próprio. Levando-se em conta a ofensiva reacionária quando os erros acontecidos no MEC é de causar espécie, o silêncio e a convivência das forças políticas da UDN diante do descalabro com o qual o novo governo neolernista principiou sua propaganda e prática filosófica da educação para o Paraná. Estamos, igualmente, deixando de falar no conteúdo da educação, como nos tornamos tecnicistas, desrepeitando todas as concepções progressistas que conhecemos na universidade, esquecendo-nos dos valores morais, sociais e éticos que deveriam integrar o conteúdo de todas as disciplinas. Ignoramos a importância da formação cidadã, autônoma do indivíduo, à luz do que aprendemos com Paulo Freire. Pagamos caro por uma educação meramente empreguista, cujo mote é apenas supostas melhorias salariais. Educar é um ato político. De quem? A partir de quando?