Relações entre jornalistas e mundo político
Nelson Werneck Sodré afirma que tudo é política. Só a ingenuidade sustentaria a inexistência de cumplicidade ideológica entre jornais, política e políticos. Isso se funda nas relações de poder e no processo histórico. Há, evidente, o egocentrismo de uns, medos de todos, ideologia e razões econômicas, fatores que determinam a o modo de produção da notícia e do diversionismo midiático.
Em Ponta Grossa, mundo político e jornais impressos, sempre estiveram afinados num mesmo discurso e sustentando esse único projeto social da classe historicamente dominante. Valendo da falta de acesso da maioria do povo aos bens educacionais e da cultura, a confusão conceitual acentuada em uma população desescolarizada como a nossa, destituída de condições psicológicas para proceder com pensamento crítico, de vez em quando sinalizam alguma divergência menor, algum contraponto, capaz de manter ares de moralismo. O que a população não alcança nem tem condições de encontrar é onde está a essência da suposta falta de sintonia. No campo das idéias políticas, é criminosa a tentativa de se estabelecer falsas diferenças entre os projetos político-sociais de Jocelito Canto, Péricles de Mello ou Plauto Miró Guimarães. A imprensa, porque numa sociedade de classes, toma a posição que lhe corresponde às conveniências, deu a impressão de que tais diferenças haviam e eram acentuadas. Editores-Chefes e proprietários tem notório comprometimento, e só a leitura atenta e demorada do interior dos periódicos o demonstrará, comm as fantasias e moralidades falsas da burguesia e dos senhores de terra, que lhes propiciam investimento em publicidade. Uma dificuldade dos jornais nos países sob o signo do capitalismo. O tratamento com Jocelito, candidato a prefeito, oscilou entre o moralismo da região, do tipo, forasteiro aqui não tem vez e direito e o carisma que o rádio e naturalidade com que se comunica com a população abandonada pela classe dominante lhe diplomam.
A contribuição dos Psicólogos na interpretação dos personagens no palco da política está por ser feita. São doutores em egocentismo, verdadeira patologia. Necessitam de veneração, endeusamento e tratamento mitológico. A imprensa escrita e televisiva lhes proporciona essa terapia danosa ao povo. Serão vistos sempre nas colunas sociais, comentados em matérias sensacionalistas, sobre seus pronunciamentos dignos de destaque. No frigir dos ovos, coisa para inglês ver, eles e o que dizem, ond estão importância social alguma tem. E sabem todos disto. Os jornais prestam-lhes este favor, e não totalmente de graça, empresários da comunicação e equipe sempre que necessário, político mal comportado com a linha editorial, recebe claro sinal de demonstração de força. Ao político cabe a boa missão de ler corretamente a cartilha do liberalismo econômico e filosófico, bom mocismo, rigorosamente inserido na linha ideológica do jornal. Os políticos não querem conpuscar essa imagem. O jornal, com certeza, tem boa tiragem e será lido pela classe média, pelos estudantes, servirá de base para os noticiários capengas do rádio e da televisão. O jornal se fundamenta numa ideologia não popular, sua base teórica é frágil, mas tem e pode ter uma coisa que o político não possue, opinião.
Então o político estabelece relações de boa vizinhança com as empresas jornalísticas, que despejam diariamente longas admoestações que beiram a religião, à classe política.
Se não há uma cumplicidade aberta e pessoal, há atrelamento teórico entre ambos, jornal, sistemático e objetivo em seu discurso sempre mais que o próprio politico da ideologia.
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